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A cachaça, reconhecida como patrimônio cultural do Brasil, é muito mais do que uma simples bebida alcoólica. Trata-se de um destilado que carrega história, tradição e uma riqueza de variações que refletem as nuances de sua produção. 

Os diferentes tipos de cachaça são definidos por aspectos como o método de fabricação, o tempo de maturação e o uso de madeiras específicas durante o envelhecimento. Essas particularidades resultam em perfis de aroma, sabor e coloração distintos, que tornam cada cachaça única. 

Neste texto, exploramos as principais classificações da cachaça, destacando suas características e diferenças. Vamos lá?

Primeiramente, o que é cachaça?

Atualmente, a cachaça é um dos destilados mais consumidos no mundo, sendo produzida em várias destilarias no Brasil. Além de sua importância cultural, a bebida apresenta uma ampla gama de variações sensoriais e estilos, dependendo de métodos de fabricação, tempo de maturação e madeira utilizada no envelhecimento.

Cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo da cana-de-açúcar. Possui graduação alcoólica entre 38% e 48% (v/v), a 20 °C, e pode conter açúcares em quantidade zero ou inferior a 6 g/L. 

A bebida destaca-se como símbolo da riqueza cultural e da diversidade do Brasil, com produção distribuída por milhares de produtores em todas as regiões do país. 

A regulamentação para cachaça foi atualizada pela Portaria MAPA nº 539, de 26 de dezembro de 2022, que estabeleceu classificações específicas para destilados. A legislação entrou em vigor em 1º de fevereiro de 2023, trazendo critérios claros para classificação e categorização da cachaça.

Classificações da cachaça

1. Pelo processo de destilação

  • Cachaça de alambique:
    Produzida em sua totalidade em alambiques de cobre, obtida pela fermentação do caldo de cana-de-açúcar cru.

  • Cachaça industrial:
    Quando destilada por outros métodos ou pela mistura de cachaças oriundas de diferentes métodos de destilação.

2. Pelo tempo de maturação em madeira

  • Cachaça envelhecida:
    Envelhecida, no mínimo, 50% de seu volume em recipiente de madeira com capacidade máxima de 700 litros, por um período não inferior a 1 ano. Esse processo altera significativamente sua cor, aroma e paladar.

  • Cachaça envelhecida Premium:
    100% do volume envelhecido por, no mínimo, 1 ano.

  • Cachaça envelhecida Extrapremium:
    100% do volume envelhecido por, no mínimo, 3 anos.

  • Cachaça armazenada:
    Guardada em recipientes de madeira, sem atender aos critérios de envelhecimento.

3. Pelo teor de açúcar

  • Cachaça adoçada:
    Contém açúcar em quantidade superior a 6 g/L e inferior a 30 g/L. Enquanto a cachaça tem menos de 6 g/L de açúcares.

 


 

Cachaça ou aguardente?

A palavra aguardente vem do latim aqua ardens ("água de fogo"). Representa bebidas destiladas obtidas por fermentação e destilação de diversas matérias-primas, como frutas, cereais e tubérculos. 

Exemplos de destilados internacionais incluem o whisky (Escócia), o conhaque (França), o pisco (Chile e Peru), o soju (Coreia), o Rum (Ásia) e a Vodka (Rússia). A aguardente típica brasileira é a cachaça, caracterizada pelo uso exclusivo da cana-de-açúcar.

Cachaça e madeiras

A diversidade do Brasil é também refletida nas madeiras utilizadas para repouso, armazenamento e envelhecimento da cachaça. 

Madeiras como amburana, jequitibá, bálsamo, amendoim, ipê, freijó e carvalho conferem sabores e aromas únicos à bebida. 

Mesmo cachaças não envelhecidas em madeira podem oferecer uma experiência sensorial marcante, com destaque para o frescor e os sabores originais da cana.

A cachaça na cultura brasileira

  • A cachaça é usada de diversas formas: pura, em coquetéis (como a famosa caipirinha) ou misturada com frutas.

  • É amplamente reconhecida no exterior e considerada um ícone da cultura brasileira.

  • Estima-se que existam mais de 40 mil produtores, 5 mil marcas e cerca de 1,5 milhão de trabalhadores envolvidos na cadeia produtiva da cachaça no Brasil.

Produzida artesanalmente em alambiques de cobre, com fermentação natural e métodos tradicionais, ou industrial, com aditivos para acelerar o processo. Apesar de diferenças na escala e no método de produção, a cachaça mantém seu papel como patrimônio cultural do Brasil.

 

Aspectos químicos e regulamentação

A cachaça é composta por uma solução de água, etanol e outras substâncias, como álcoois superiores, aldeídos, cetonas, esteres e compostos fenólicos. Fatores como a qualidade da matéria-prima, o método de fermentação e destilação e o armazenamento impactam diretamente na qualidade final da bebida.

Pesquisas apontam para a necessidade de melhoria na regulamentação e fiscalização da produção, especialmente em pequenas destilarias e operações clandestinas. A bidestilação é recomendada para reduzir compostos tóxicos, embora eleve o custo final do produto, além de prejudicar os sabores e aromas primários da cana-de-açúcar, muito valorizados pelos apreciadores e especialistas.

Portanto, conhecer o produto é fundamental para valorizar a qualidade e as características que deseja ao consumir o verdadeiro destilado nacional. Aguarde próximas postagens e vamos juntos aprender mais sobre a cachaça!

 

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